A Crença.
I
"GRAÇAS A DEUS!"
Vivemos sob perspectivas de um Deus que não conhece o trabalho, apenas agradecimentos e pedidos de perdão, sentado sobre confortáveis nuvens brancas, colocando em piloto automático o seu imenso banco de dados de graças e perdão.
Digo isso porque seu serviço não fora mostrado quando estava eu sendo surrado por uma infinidade de moradores de rua com sua virilidade instigada pelo crack, ou quando estive atravessando a rua e senti colidir contra meus quadris um amontoado de lata e massa, ano 87.
Reafirmo, pois, que minha santidade não conhece o duro ofício que consiste em zelar pela raça humana.
Graças, graças, graças.
Poucos notam, mas ainda não fomos mentalmente abolidos. Enquanto nosso deus fica sentado tomando uam cerveja, cá estamos dando "graças a Deus" pelo sucesso e nunca sendo auxiliados quando nos deparamos com pequenos ou grandes percalços em nossa trajetória vital.
Graças a Deus.
II
"Eles têm um ao outro, não precisam de mais nada"
Será mesmo suficiente a suposta mútua posse de um sentimento para ter o bálsamo lunar ao alcance das mãos e a felicidade integral em vida?
A necessidade da reprocidade é algo realmente confuso, chega a colocar em cheque a existência da auto-suficiência, quem nem por ela mesma é existente se tornarmos relevantes as mais realistas perspectivas.
Materializamos o outrora citado deus para servir de exílio para todo e qualquer deslize que cometamos, quando nos damos conta de que estamos abusando de sua boa vontade, arranjamos outro idiota qualquer para este serviço.
Somos como um amante de uma primeira-dama, com sagacidade conquistamos na exata ordem: Sua libido, sua confiança, seus cartões de crédito e por último, mas não menos importante, seu coração.
Obtendo sucesso nesta mesopotâmia empreitada, passamos a viver como gigolôs sociais e ideológicos, nos ancorando integralmente sobre alguém que alimenta verdadeira veneração pela forma como é usado.
É um plano infalível, basta aprender a deixar a crença bitolada em um fictício deus de lado.
Graças a Deus.
III
"Algumas espécies de borboletas vivem apenas um dia"
Esta é o terceiro e mais introspectivo ato que escrevo sobre os parâmetros estipulados para tornar-se um bom cristão.
Larva, casulo, borboleta, chão, larva, casulo, borboleta(...)
Segue este longo ciclo para apenas um dia de vida, será justo?
E quem disse que seu Deus liga para justiça, seus imbecis?
Ele liga para a limpeza entre seus dedos dos pés, liga para seu louvor em demasia antes de aconchegar sua consciência em um travesseiro de prego, nunca para a justiça, nunca para a clemência, nunca para você.
E àqueles que não agradecem e veneram em oração, o servil terrestre de deus aplica a penitência, que varia entre colocar a rola na boca de seus filhos e fazê-lo ajoelhar no milho e recitar seus ^santos cânticos de adoração.
Mas aproveitando um pouco melhor a liberdade que minha nuance ateísta me proporciona, filosofo:
Será que cada um de nós possui uma borboleta?
Alguém ou algo que, materializado de uma forma distinta, com esmero e zelo, intercede por nosso bem estar ajudando-nos a nunca desviar da prudência? Um espectro bi-facial com bem aventurados interesses de crescimento e amadurecimento intelectual?
Deus queira.
Porcupine Tree - Trains
"GRAÇAS A DEUS!"
Vivemos sob perspectivas de um Deus que não conhece o trabalho, apenas agradecimentos e pedidos de perdão, sentado sobre confortáveis nuvens brancas, colocando em piloto automático o seu imenso banco de dados de graças e perdão.
Digo isso porque seu serviço não fora mostrado quando estava eu sendo surrado por uma infinidade de moradores de rua com sua virilidade instigada pelo crack, ou quando estive atravessando a rua e senti colidir contra meus quadris um amontoado de lata e massa, ano 87.
Reafirmo, pois, que minha santidade não conhece o duro ofício que consiste em zelar pela raça humana.
Graças, graças, graças.
Poucos notam, mas ainda não fomos mentalmente abolidos. Enquanto nosso deus fica sentado tomando uam cerveja, cá estamos dando "graças a Deus" pelo sucesso e nunca sendo auxiliados quando nos deparamos com pequenos ou grandes percalços em nossa trajetória vital.
Graças a Deus.
II
"Eles têm um ao outro, não precisam de mais nada"
Será mesmo suficiente a suposta mútua posse de um sentimento para ter o bálsamo lunar ao alcance das mãos e a felicidade integral em vida?
A necessidade da reprocidade é algo realmente confuso, chega a colocar em cheque a existência da auto-suficiência, quem nem por ela mesma é existente se tornarmos relevantes as mais realistas perspectivas.
Materializamos o outrora citado deus para servir de exílio para todo e qualquer deslize que cometamos, quando nos damos conta de que estamos abusando de sua boa vontade, arranjamos outro idiota qualquer para este serviço.
Somos como um amante de uma primeira-dama, com sagacidade conquistamos na exata ordem: Sua libido, sua confiança, seus cartões de crédito e por último, mas não menos importante, seu coração.
Obtendo sucesso nesta mesopotâmia empreitada, passamos a viver como gigolôs sociais e ideológicos, nos ancorando integralmente sobre alguém que alimenta verdadeira veneração pela forma como é usado.
É um plano infalível, basta aprender a deixar a crença bitolada em um fictício deus de lado.
Graças a Deus.
III
"Algumas espécies de borboletas vivem apenas um dia"
Esta é o terceiro e mais introspectivo ato que escrevo sobre os parâmetros estipulados para tornar-se um bom cristão.
Larva, casulo, borboleta, chão, larva, casulo, borboleta(...)
Segue este longo ciclo para apenas um dia de vida, será justo?
E quem disse que seu Deus liga para justiça, seus imbecis?
Ele liga para a limpeza entre seus dedos dos pés, liga para seu louvor em demasia antes de aconchegar sua consciência em um travesseiro de prego, nunca para a justiça, nunca para a clemência, nunca para você.
E àqueles que não agradecem e veneram em oração, o servil terrestre de deus aplica a penitência, que varia entre colocar a rola na boca de seus filhos e fazê-lo ajoelhar no milho e recitar seus ^santos cânticos de adoração.
Mas aproveitando um pouco melhor a liberdade que minha nuance ateísta me proporciona, filosofo:
Será que cada um de nós possui uma borboleta?
Alguém ou algo que, materializado de uma forma distinta, com esmero e zelo, intercede por nosso bem estar ajudando-nos a nunca desviar da prudência? Um espectro bi-facial com bem aventurados interesses de crescimento e amadurecimento intelectual?
Deus queira.
Porcupine Tree - Trains
3 Comments:
Graças a Deus você possui boas influências e dá a elas uma boa utilização, escrever. :~~
Adorei ler isso. Nem precisava de imagem nenhuma, o texto ilustra-se por si só.
porra isso fico foda
e nada mais a dizer hahahaah
meldels as coisas q vc escreve são legais :D
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